Desculpe-me interromper

Ninguém gosta de ser interrompido. Tudo o que nos tira do que estejamos fazendo, é interrupção. Um telefone que toca, uma mensagem que cobra ser lida, um filho que pede colo – um pai que pede colo. – O convite para a viagem da qual não está a fim. A intimação para fazer hora extra. A pergunta bem no meio do pensamento. O cliente estressado. A conta que vence. O despertador – maldito despertador! – Ou o sono que chega antes do filme acabar.

São tantas as interrupções. Estou interrompendo você neste momento. Isto pode acrescentar ou nada dizer. De que valerá eu lhe dar um livro, se você não se sentará para ler?

Faço-me acessível para interromper, sem romper com o respeito que me cobraria insistir, em meio às muitas insistências que não me permitem desistir, de mim ou de você. Escolhemos as interrupções que queremos aceitar. O respeito está em entender as que não podemos evitar. Desculpe-me por interromper.

– Gutto Carrer Lima

Desculpe-me interromper

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