Potes e sacos cheios
— Vivem reclamando que estão cheios, mas fazem de tudo para não se sentirem vazios – disse-me minha cachorrinha Capitu, tentando entender os humanos. – No seu questionamento, ela mostra entender gente, melhor do que muita gente nos seus vazios.
Aprendi que "do pó viemos e ao pó voltaremos". O pó do carbono que veio das estrelas e se assentou na Terra para formar tudo o que nela existe e continuará se transformando. O pó da origem, do barro que fez os potes. Os potes que somos nós. Vazios porque terão seu tempo para serem enchidos. O tempo da vida que se preencherá das chuvas, gota por gota no seu devido tempo.
Quanto mais novo o pote, maior o fascínio pela água do devir. Não é de se estranhar que o encanto diminua conforme o pote se encha, pois quanto mais cheio, mais pesado também se torna. Não é o peso da água, porém, que desconforta, porque sua limpidez tem o peso que podemos carregar. Também não é o peso do barro do qual ele mesmo é feito. O maior peso do pote está nas pedras que colocamos nele, cada vez que nos precipitamos em carregá-lo com o que preencherá o espaço, mas não satisfará o vazio. Potes de barro cheios, pesados como sacos cheios... de pedras. Ou potes cheios d'água, leves como a transparência do que os preencheu.
– Gutto Carrer Lima
Aprendi que "do pó viemos e ao pó voltaremos". O pó do carbono que veio das estrelas e se assentou na Terra para formar tudo o que nela existe e continuará se transformando. O pó da origem, do barro que fez os potes. Os potes que somos nós. Vazios porque terão seu tempo para serem enchidos. O tempo da vida que se preencherá das chuvas, gota por gota no seu devido tempo.
Quanto mais novo o pote, maior o fascínio pela água do devir. Não é de se estranhar que o encanto diminua conforme o pote se encha, pois quanto mais cheio, mais pesado também se torna. Não é o peso da água, porém, que desconforta, porque sua limpidez tem o peso que podemos carregar. Também não é o peso do barro do qual ele mesmo é feito. O maior peso do pote está nas pedras que colocamos nele, cada vez que nos precipitamos em carregá-lo com o que preencherá o espaço, mas não satisfará o vazio. Potes de barro cheios, pesados como sacos cheios... de pedras. Ou potes cheios d'água, leves como a transparência do que os preencheu.
– Gutto Carrer Lima
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