Em camadas de escamas
As camadas fúteis me cobram que eu conte a elas o que faço. Insistentes, querem me ver em fotos, sorrisos e poses caídas em redes. É assim que elas contam o que fazem. Uma hora aqui, outra ali, em nenhuma delas sinto-me um peixe, e ainda assim vejo-me preso, imerso numa rede. A futilidade rege o tempo do qual também sou parte, porém de uma outra camada, pequena em número e tão grandiosa por deixar-me caber nela, que se torna o meu mundo, talvez o último que sobrou e do qual não posso excluir-me. – A quem devo agradecer? – A todos que não sendo peixes, também se sentem fora d'água.
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