Motivos e Consequências

Houve dias em que fui feliz. Não era assim uma FELICIDADE com maiúsculas, mas rolavam umas coisas interessantes que me faziam sentir vivo no meio dos aperrengues que elas também provocavam. Lógico... eu não sabia das consequências que trariam, que depois me deixariam muito INFELIZ, com maiúsculas. Acho que eu até tinha uma pequena noção. E daí? Vou que vou! Está gostoso! Igual ao ditado: tomo uns tombos mas me divirto! Me ferrei feio, meu irmão! Tudo bem.... agora já passou, apesar das marcas nos joelhos, das dores nos cotovelos e das velas que se queimaram. Benditas chamas que a gente só acende na hora do desespero para chamar por algum consolo! De tanto me consolar, apaixonei-me pelas luzes. Elas chegam mais fortes quando se está no escuro. Basta um lampejo delas para ver o que antes não via. – O que é melhor? A alegria inconsequente ou a tristeza que me ensina? Parece até que são irmãs. Ruim mesmo é a tristeza inconsequente e sem motivo. Se é para ter tristeza, que tenha um bom motivo; se é para ter motivo, que seja dos bons! Afinal, nem a alegria é boa se o motivo for ruim. Fui seguindo assim, prestando atenção nos motivos para saber se eu era por eles ou eles por mim. Agora me rendo à alegria e à tristeza, cada uma a seu tempo. Não adianta brigar com elas! Pensam que me dominam, enquanto choro de alegria ou rio de tristeza, escondido. Eu sei que depois de uma vem outra. Só não forço nada, para que não sintam ciúme e não briguem comigo, porque se brigarmos, aí sim, me dominam.

– Gutto Carrer Lima
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